12 cidades decretaram emergência no Estado, 5 são na Região Central

Foto: Janio Seeger (Diário)
Em São Gabriel choveu o dobro do que era previsto para o mês de janeiro

Em um boletim divulgado na tarde desta segunda-feira pela Defesa Civil do Estado, chegou a 12 o número de municípios que decretaram situação de emergência no Rio Grande do Sul. Na Região Central, são cinco. Nesta segunda-feira, 4.989 pessoas ainda estavam fora de suas casas, sendo 3.391 desalojadas e outras 1.592 estavam desabrigadas (que ficam em alojamentos como ginásios, igrejas ou escolas). 

Na tarde de hoje, o prefeito Giovani Amestoy da Silva (PDT), de Caçapava do Sul, assinou o decreto. Ainda na Região Central, Rosário do Sul, Lavras do Sul, São Francisco de Assis e São Gabriel já tinham decretado emergência desde o final da semana passada. Outra seis cidades do Estado e que ficam próximo da região da Fronteira Oeste estão na mesma situação: Alegrete, Bagé, Dom Pedrito, Manoel Viana, Quaraí, São Borja e Uruguaiana. 

Por causa do temporal, pelo menos três pessoas morreram no Estado, conforme o boletim da defesa civil. Uma das mortes foi registrada em Santana da Boa Vista, na Região Central. Luiz Paraguassú de Oliveira, 54 anos, voltava de sua propriedade rural, de moto, quando foi atravessar uma sanga e caiu em um arroio e foi arrastado pela correnteza na noite de domingo. O corpo dele foi encontrado na manhã desta segunda-feira. Outras duas mortes foram registradas em Alegrete. 

NA REGIÃO
Em São Gabriel, o município chegou a registrar, na semana passada, que cerca de 600 pessoas deixaram suas casas e o Rio Vacacaí chegou a ficar 9 metros acima do nível normal. No domingo, as famílias já tinham retornado para suas casas mas a defesa civil seguia monitorando e, caso o rio volte a subir, essas famílias devem ser retiradas de novo de suas casas. 

Em Rosário do Sul, a enchente do Rio Santa Maria fez com que 113 famílias deixassem suas casas: 34 estão abrigadas no ginásio da Escola Oliveiro Thaddeo e outras 79 foram para casa de familiares. 

O secretário de Obras de Lavras do Sul, Clemar Biaggi, estima que, até o momento, já choveu mais de 300 milímetros na cidade. Entretanto, nenhuma família está desabrigada. Conforme Sávio, o principal problema enfrentado é no interior, já que muitas estradas estão intransitáveis. 

Em São Francisco de Assis, o maior estrago é no interior e o prejuízo na agricultura já chega a R$ 5 milhões, segundo balanço preliminar. Esse número, contudo, tende a aumentar. Na cidade, 800 hectares de soja estão abaixo d'água, toda a produção de arroz já foi perdida e estima-se que 30% da produção de fumo também seja inutilizada. As agroindústrias precisaram suspender as atividades na última semana. Outro alimento que também sofreu bastante foi a melancia, com as plantações inundadas. 

O nível do Rio Vacacaí, em Santa Maria, é monitorado e está seis metros acima do nível normal. A defesa civil do município segue monitorando a situação no distrito de Passo do Verde. Cerca de 30 famílias daquela região foram atingidas com a cheia do rio, sendo que cinco delas estão desalojadas e estão nas casas de familiares. 

TEMPORAL NA QUARTA-FEIRA 
A previsão é que a chuva continue castigando a Região Central até sexta-feira. Conforme a meteorologista Maria Clara Sassaki, da Somar, deve chover, em média, 100 mm na região entre terça e quinta-feira. Entre a noite de hoje e madrugada de terça-feira, a chuva deve se intensificar conforme o boletim da Sala de Situaçã da Secretaria Estadual do Meio Ambiente. Na quarta, uma frente fria se forma na Região Central provocando a chance de temporal. Apenas na última semana de janeiro é que a chuva deve dar uma trégua para os gaúchos.